quinta-feira, 14 de maio de 2009

Um pouco da nossa história...

Depois dos espantosos, porreiros, agradáveis, maravilhosos, hilariantes, alegres, espectaculares, fantásticos, emocionantes, sensacionais, divertidos, interessantes, radicais, óptimos, educativos, inesquecíveis...dois dias que passámos convosco em Pinhel, e como a vossa vinda se aproxima (que bom!), aqui vão algumas curiosidades sobre a nossa terra. Encurtámos bastante o trabalho de pesquisa que tínhamos feito e só vos mandamos um “cheirinho” da nossa história, da nossa economia e da nossa gastronomia (o sabor das nossas iguarias já conhecem, pelas ”Amêndoas da Páscoa” enviadas na Troca de Prendas).
O resto, vão conhecer já, já, já para a semana! Vai ser muito melhor ver do que ler.

Diz-se que Aveiro é povoada desde a pré-história. Os seus primeiros habitantes seriam os Transcodanos, povo que vinha das terras de Além - Côa, hoje região de Salamanca, aí bem perto de vós (lembram-se de vos dizermos que havia outras coisas que nos ligavam?). Aí existiam boas terras para a agricultura e um grande lago, onde eles costumavam pescar. Foi por isso que, quando abandonaram a sua região, escolheram Aveiro, que tinha mar, sal e bons terrenos para a agricultura.
Outros povos por aqui passaram: celtas, romanos, gregos, fenícios…
O desenho característico dos nossos moliceiros, barco típico da ria de Aveiro, terá sido deixado por estes últimos.
Consta-se que os romanos chamaram a Aveiro Aviarium, que, na sua língua, queria dizer região cheia de lagoas, onde havia muitas aves; outros acham que o nome viria de aveiro, caçador de aves. Há, também, quem pense que os invasores normandos lhe teriam chamado Aviron, que queria dizer remo ou Aveyron, nome de uma região francesa; poderia, ainda, vir de Ave + iró ou eiró (enguia), porque os primeiros habitantes viram uma região com muitas aves e enguias. Os celtas chamaram-lhe Talavara ou Lavara, que era um lugar onde abundava terra argilosa ou pantanosa e água corrente.

Há, no entanto, a certeza de que se chamou Alavarium, porque este nome aparece num documento do século X, o instrumento de doação da condessa de Mumadona ao mosteiro de Guimarães.
Nesses tempos, Aveiro vivia do cultivo das terras, do comércio do bacalhau e do fabrico de sal.
Em 1515 recebeu um foral, outorgado por D. Manuel.
Nos séculos XVI e XVII era ainda uma vila que pertencia a Esgueira, onde fica a nossa escola.
Com o passar dos tempos começou a desenvolver-se, a tornar-se mais importante que Esgueira, porque era mais favorecida pela ria, tinha mais população, bom comércio, indústria, conventos. Foi nesta época que D. José I a elevou a cidade (1795), passando a chamar-se Nova Bragança.
Estamos precisamente a comemorar este ano os 250 anos de elevação de Aveiro a cidade. Vão ter o privilégio de a conhecer nesta data importante da história da nossa terra. Também nesta altura estão a decorrer as Festas do Município, em honra da Princesa Santa Joana, padroeira de Aveiro, que escolheu um dos conventos aqui existentes para viver (actualmente é o museu de Santa Joana).
O nosso feriado municipal é 12 de Maio, por altura das festas.

A nossa paisagem, como vão ver, é dominada pela água: temos o mar, a ria, as salinas, os rios. Há quem nos chame a Veneza Portuguesa, por causa dos canais da ria que entram pela cidade.
Um elemento característico do distrito, ligado à água, é o barco: o barco do mar, o moliceiro, o mercantel, as bateiras murtoseiras e as bateiras erveiras.
Sendo uma cidade moldada pelo mar, as actividades económicas a ele associadas predominam em Aveiro: a salicultura (exploração do sal), hoje em declínio, a pesca, o Porto de Aveiro, as praias, grande atracção turística.
Também temos alguma indústria, bem característica da nossa região: as conservas de enguias, a famosa fábrica da Vista Alegre, os azulejos, o tijolo, a telha (vão poder apreciar o edifício do nosso Centro de Congressos, outrora um fábrica de cerâmica).
Outro património como igrejas, antigos conventos, pontes, casas de Arte Nova, casas típicas da beira-mar, vamos mostrá - lo durante as visitas, para agora não vos cansarmos mais.

Aveiro é a nossa cidade, mas é em Esgueira que está a nossa escola. Por esta razão, e porque é uma povoação muito antiga e com uma história interessante, também queríamos dizer-vos umas coisinhas sobre ela.

Dizem que é povoada desde a pré-história, como Aveiro, e que o seu nome virá de esgueirão, barco terminado em dois bicos, muito utilizado na ria. Poderá, também, vir de Isgaria (que em língua dos celtas significava “lugar do pescado” e “outeiro"). Ainda segundo uma lenda, de esguelha, porque um grande barco terá encalhado aqui e ficou de esguelha. No selo do foral dado por D. Manuel, está registado o nome Isgaria.
Nessa época o mar entrava pela terra dentro, formando uma baía, e cobria zonas que hoje são terra firme. Tinha um importante porto de pesca e as suas fontes de riqueza eram o sal, a pesca e a agricultura. Também se apanhava o moliço, vegetação existente nos canais da ria, muito importante para adubar as terras. (daí terá vindo “moliceiro”).
Em 1093 já era uma vila importante e concelho. Pertenceram-lhe 31 vilas e 10 concelhos das redondezas, incluindo Aveiro.

No século XIX, Esgueira começou a decair. O recuo do mar e o progressivo desenvolvimento de Aveiro e a sua elevação a cidade fizeram com que o concelho de Esgueira fosse extinto e esta fosse anexada a Aveiro, como uma das suas freguesias.

São estas as histórias de Aveiro (feliz) e de Esgueira (triste).
Para terminar, queríamos contar um pouco da história da nossa gastronomia.
Sendo uma terra à beira-mar, onde existiam vários conventos, os seus “petiscos”teriam que estar ligados ao mar (marisco, peixe, bacalhau, enguias de escabeche ou de caldeirada…) e às freiras e conventos (ovos moles, raivas, argolas, bolos de gema, bolo das 24 horas…). Também são muito apreciados, por aqui, o folar (típico da Páscoa) e o pão do Vale de Ílhavo, ambos muito bons porque ainda são cozidos em forno de lenha.
Por serem tão apreciados, fizemos gosto em vos mandar uma amostra destes produtos no nosso cabaz da Páscoa.

Ficaram com curiosidade de saber mais?
Estamos prontos para vos responder, em Aveiro, 5.ª e 6.ª feira, dias 21 e 22 de Maio.

Até lá, com muita expectativa e ansiedade.
Boa viagem para Aveiro.

5.ºB e 5.º C, os “Afilhados” de Aveiro.

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